AUTHOR: PEDRO DE LUNA
PUBLISHED: 6 SEPTEMBER 2013
AVAILABLE: BR Press
(Rio de Janeiro, BR Press) - Depois de cumprir temporada no Teatro do Leblon, no Rio, o ator Eriberto Leão leva a peça-musical Jim, sobre Jim Morrison, o líder do The Doors, a Niterói (RJ), onde estreia nesta sexta (06/09) às 21h, no Teatro Abel.
Jim nasceu da paixão de Eriberto pelo cantor, escritor e símbolo sexual e da contracultura nos anos 70. Ele juntou Walter Daguerre (texto) e Paulo de Moraes (direção) e o resultado é uma homenagem.
Conversar sobre The Doors com o ator, tão conhecido na TV por personagens apaixonantes como Tomé, de Cabocla, Dimas, de Sinhá Moça, e Pedro, de Insensato Coração, é despertar um novo personagem que, a julgar pela voz do ator, cai como uma luva a ele. Eriberto foi vocalista da banda de rock Hip Monsters.
Em cena, são 11 músicas do Doors, com uma banda ao vivo. A crítica elogiou mas nós preferimos conversar com Eriberto sobre essa encarnação, para tirar qualquer dúvida e espantar todos os fantasmas.
Confira a seguir a entrevista:
Pedro de Luna: De onde partiu o seu envolvimento com a peça?
Eriberto Leão: Eu idealizei a peça e chamei o Eduardo Barata para produzi-la. Paulo de Moraes dirigiu e Walter Daguerre escreveu, continuando uma parceria muito sólida que construimos. E estou muito feliz com o sucesso e a repercussão. Conseguimos!
Pedro de Luna: Como Jim Morrison e os Doors lhe influenciaram como artista e como pessoa?
Eriberto Leão: Eles foram minha grande influência, não só musical, mas literária, pois passei a ler aos 18 anos, todos os mestres/escritores/poetas/filósofos que faziam a cabeça do Jim e da banda. Portanto, a minha forma de ver e pensar o mundo foram totalmente influenciadas por eles.
Pedro de Luna: O repertório muda ou são as mesmas musicas a cada apresentação?
Eriberto Leão: Não. É uma peça de teatro, que tem onze músicas mas se pedem bis com muita força podemos fazer isso.
Pedro de Luna: Quem recrutou os músicos que tocam contigo?
Eriberto Leão: O Ricco Viana, nosso diretor musical. Ele chamou o Rorato (bateria) e o Felipe Barão (guitarra). O Zé Luiz Zambianchi que faz o piano elétrico e baixo juntos, exatamente como o Ray Manzarek fazia, tocou comigo no Hip Monsters entre 1997 e 1999. A banda é perfeita. As 5 mil pessoas que já assistiram nos dois meses de temporada no Rio são unanimes em afirmar que estamos exatamente iguais ao original. Tanto que não temos baixista, assim como o Doors era.
Pedro de Luna: Qual a maior dificuldade em encarnar Jim no palco?
Eriberto Leão: Conseguir o equilíbrio da voz dele que era influenciada por Elvis e Sinatra, com os gritos guturais e primitivos. Ele era sutil e extremamente instintivo. E poético. E sendo o Jim uma personalidade muito conhecida, tive de estudar seus movimentos, expressão corporal, tom de voz ao falar. E também, enfim, recriar milimetricamente uma pessoa que existiu de verdade e que continua vivo, como mito e na cabeça de muitos.
Pedro de Luna: Quais as suas expectativas para tocar para uma plateia formada em boa parte por roqueiros e fãs do Doors?
Eriberto Leão: Muito grande. Niterói, em especial, é uma cidade rock and roll, berço da Rádio Fluminense (a primeira a tocar rock no Brasil) e que mantém viva a chama do rocker.
Pedro de Luna: Sua banda na vida real toca alguma do Doors?
Eriberto Leão: Minha banda na vida real agora é o Doors.